OFIOLATRIA: A ADORAÇÃO DA SERPENTE



A adoração das divindades da serpente está presente em numerosas culturas antigas em todo o mundo, particularmente na religião e na mitologia. Aqui está um relato dos Ritos e dos Mistérios conectados com a origem, a ascensão e o desenvolvimento do Culto da Serpente em várias partes do mundo.

A serpente tem sido adorada como um poder regenerativo, como um deus do mal, como deus do bem, como cristo (pelos gnósticos), como divindade fálica, como deidade solar e como deus da morte. Ela também serviu como símbolo de Satanás e muitas divindades, incluindo Apolo e o deus egípcio Rá.
A adoração de serpentes encontrou expressão nos períodos tolteca e asteca da civilização pré-histórica mexicana. Na mitologia asteca, um ser meio-divino, meio humano, desceu à terra por um tempo como o grande professor da humanidade; os astecas o chamavam de "serpente emplumada "(Quetzalcoatl)", a encarnação do sol da serpente. No Egito, de acordo com uma autoridade, cada templo tinha uma área reservada onde as cobras eram mantidas.

Uma ilustração moderna de Quetzalcoatl, "a serpente emplumada 

'Quetzalcoatl' na forma de serpente emplumada, conforme representado no 'Códice Telleriano-Remensis', do século XVI. Atualmente, este manuscrito asteca se encontra na Biblioteca Nacional da França

Na religião grega, a serpente era freqüentemente considerada divina. Entre os cultos gregos dionisíacos, significava sabedoria e era um símbolo de fertilidade. O deus grego mais associado à adoração de serpentes é Apolo; o nome original do templo de Apolo em Delfos era Pytho, depois (do surgimento) da serpente Píton.

'Apolo matando Píton'. Gravura de 1581 de Virgil Solis para as *'Metamorfoses', de Ovídio, Livro I.


"Apolo e Píton". Joseph Mallord William Turner, 1811 


Em Roma, durante o período do império, uma serpente sagrada era mantida dentro da cidade e era acompanhada pelas virgens vestais; acreditava-se que, se a serpente se recusasse a aceitar alimentos da mão de uma de suas atendentes, a atendente já não era virgem, e ela era imediatamente morta.
Os antigos mesopotâmicos e semitas acreditavam que a serpente era imortal porque mudava sua pele e aparecia sob uma aparência nova. Os indianos, birmaneses e siameses adoravam a serpente como um demônio que também tinha bons aspectos. Os cultos primitivos da cobra hindu foram incorporados ao culto de Krishna e eventualmente ao culto de Vishnu. As lendas budistas referem que Buda recebeu o verdadeiro budismo pelo "rei das serpentes" (muitas vezes visto como a cobra), e os budistas também reverenciam os poderes regenerativos que a serpente exibe. Na China, a serpente, na forma do dragão, figura como uma divindade feroz mas protetora.


Narayana (Vishnu) deitado sobre a serpente hindu **Shesha. Acima dele, sua flor de lótus (Padma), o símbolo da pureza e representa a verdade por trás da ilusão. Do lótus emerge sua esposa, a deusa Lakshimi, deusa da prosperidade e sorte, que o acompanha, encarnada na terra, como esposa de seus avatares.

Acima, a 'trimúrti', esculpida em madeira, composta pelos três principais deuses do hinduismo: Brahma, Vishnu e Shiva, que simbolizam respectivamente a criação, a conservação e a destruição. Atrás da tríade hindu se encontra a serpente Shesha; o local é o 'Santuário da Verdade'. O Santuário da Verdade é uma construção religiosa em Pattaya, na Tailândia. O santuário é um edifício todo em madeira repleto de esculturas baseadas em motivos tradicionais budistas e hindus. O projeto foi iniciado como uma idéia do empresário tailandês Lek Viriyaphan em 1981, e está programado para ser concluído em 2050.

A serpente chinesa na forma de um dragão


* 'Metamorfoses' é uma das obras mais famosas e considerada como a 'magnum opus' (latim para 'grande obra') do poeta latino Ovídio. Este poema narrativo foi tornado público por volta do ano 08 d.c. e, ao lado de Fastos, trata-se talvez de um de seus poemas inconclusos por conta do exílio que sofreu no Ponto Euxino, costa do Mar Negro, região distante de Roma.

Página de título da edição de 1556 publicada por Joannes Gryphius (borda decorativa adicionada posteriormente). Coleção de Livros Raros Hayden White, Universidade da Califórnia, Santa Cruz

Estátua em comemoração ao exílio de Ovídio em Tomis (atual Constança, na Romênia). Obra do escultor Ettore Ferrari, 1887. 


**"Shesha" (palavra vinda do sânscrito que significa 'infinito'), ou "Ananta-Shesha" ('primeiro Shesha') é um personagem mitológico em forma de serpente que simboliza a eternidade e a ausência do tempo. Estas serpentes são representadas em todas as deidades hindus e as principais figuras como sábios e filósofos da antiguidade. 

Brahma concede benção a Shesha e a ordena para carregar a "Prthvi", ou "Terra"



Tradução livre e pesquisas paralelas (destacadas em negrito e itálico) por: Éric Tormentvm Aeternvm XVI/XIII

Fonte: http://www.infoplease.com/encyclopedia/society/snake-worship.html

Outras fontes notáveis: 

https://en.wikipedia.org/wiki/Snake_worship

http://www.hinduwebsite.com/buzz/symbolism-of-snakes-in-hinduism.asp

http://www.colorq.org/articles/article.aspx?d=lore&x=halfsnakedeity

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